Agências federais dos Estados Unidos, como o FBI, o Departamento de Estado e o Pentágono, orientaram seus servidores a desconsiderarem uma solicitação feita por Elon Musk, que exigia que detalhassem suas atividades sob pena de demissão.
Em um e-mail enviado no sábado, 22, com o título “O que você fez na semana passada?”, Musk, nomeado por Donald Trump para comandar o recém-criado Departamento de Eficiência Governamental (Doge, em inglês), solicitou que os funcionários resumissem suas ações da semana anterior em “cinco pontos”, com prazo até a meia-noite de segunda-feira. Ele avisou que a ausência de resposta seria tratada como uma demissão voluntária.
A ordem, que muitos associaram a uma direção de Trump, gerou desconforto e críticas.
Alguns servidores questionaram a legalidade da solicitação, enquanto sindicatos ameaçaram processar Musk.
Tanto membros do Partido Republicano quanto do Partido Democrata criticaram a exigência, que surgiu logo após Trump sugerir publicamente que Musk deveria ser mais “agressivo” na eliminação da burocracia governamental.
Em resposta, Kash Patel, diretor do FBI e aliado de Trump, instruiu os funcionários da agência a desconsiderarem a solicitação, pelo menos por enquanto. Ele explicou que o FBI conduziria a revisão de processos internos conforme suas próprias regras, sem necessidade de uma resposta imediata.
No Departamento de Saúde, as orientações foram conflitantes. Enquanto o conselheiro geral orientou os servidores a ignorarem o pedido, o secretário da pasta pediu que seguissem as instruções de Musk.
Por sua vez, o Departamento de Estado e o Pentágono adotaram uma postura mais clara. Tibor Nagy, subsecretário de Estado interino, declarou que os líderes do departamento responderiam pelo pessoal, deixando claro que ninguém seria obrigado a relatar suas atividades fora do horário de trabalho.
Corte de servidores públicos
A solicitação de Musk faz parte de um esforço mais amplo da administração Trump para reduzir o número de servidores federais.
Desde a semana passada, o governo tem dispensado trabalhadores em período de experiência e incentivado aposentadorias voluntárias com compensações até setembro. De acordo com o Washington Post, mais de 75 mil funcionários já aceitaram essa oferta.
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