No Papo Antagonista de ontem, quinta-feira, 6, um dos temas abordados foi a nova crise dos Correios. Sim. Correios. Outra vez! O lulopetismo parece agulha de vitrola antiga sobre disco de vinil arranhado, que não sai do lugar. A estatal não está conseguindo nem sequer pagar os salários em dia e encontra-se à beira da bancarrota novamente.
Em 2005, o escândalo do mensalão, denunciado por Roberto Jefferson, à época, digamos, menos “doidão”, mas já bastante barulhento (“Zé, saia daí, Zé” ou o inesquecível “você desperta meus instintos mais primitivos”, também endereçado ao multi-processado e condenado José Dirceu, atualmente em processo de canonização pelo STF), eclodiu justamente a partir da corrupção desenfreada na estatal.
Dez anos depois, ainda sob um governo petista, desta feita de Dilma Rousseff, aquela que saudava mandioca e pretendia estocar vento, a empresa foi praticamente à falência, ostentando um rombo de mais de 2 bilhões de reais – valores de 2015.
O tempo passa, o prejuízo fica
Eis que, nove anos depois, em 2024, Lula supera sua criatura e consegue estourar em mais de 3 bilhões de reais o caixa dos Correios, responsável, sozinho, por mais da metade do prejuízo das 20 estatais federais no mesmo ano – mais de 6.3 bilhões de reais, também um recorde histórico.
A despeito da crise, também em 2024, a estatal torrou cerca de 34 milhões de reais apenas em patrocínios de eventos culturais, inclusive uma bienal na Colômbia, do amigão de esquerda, Gustavo Petro.
Sob Michel Temer e Jair Bolsonaro, em seis anos, apenas dois prejuízos contra quatro lucros, inclusive o recorde de quase 4 bilhões de reais em 2021.
Fora, capitalismo selvagem
O presidente da empresa é Fabiano Silva dos Santos, amigo de Zeca Dirceu, filho de… José Dirceu. Sempre ele! Além de advogado, Fabiano é conhecido como “o churrasqueiro do Lula”. Vai ver gastou toda sua competência assando as picanhas que Lula prometeu ao povo – e jamais entregou – e aos Correios sobrou apenas uma péssima gestão.
Em fevereiro de 2023, já com a bocarra arrecadatória aberta e o intervencionismo a toda, o governo Lula, por seu ministro do Trabalho e Emprego, que não é muito craque no assunto, Luiz Marinho (outro com uma bela folha corrida na Justiça), fez pouco caso da presença de aplicativos como Uber e Ifood, no Brasil, dizendo que se quisessem sair do país o problema seria deles (lembrando que mais de 700 mil pessoas ganham a vida com a renda que obtêm trabalhando com estas plataformas).
“O Uber não vai sair do Brasil. O número um é o Brasil no seu mercado. Agora, caso queira sair, o problema é só do Uber, porque outras concorrentes ocupam esse espaço, como é um mercado normal”. E mais: “Cria outro [aplicativo]. Posso chamar os Correios, que é uma empresa de logística e dizer para criar um aplicativo e substituir. Aplicativo se tem aos montes no mercado.”
Bora comprar picanha
Bem, para a sorte do país, de centenas de milhares de trabalhadores autônomos e milhões de usuários destas plataformas de transporte e entrega, ninguém saiu do Brasil (ainda). Não imagino como estaríamos, hoje, se o pior tivesse acontecido e os Correios tivessem assumido seus lugares, como pateticamente sugeriu Luiz Marinho.
Dias atrás, a ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, declarou que as estatais não deram prejuízo: “O foco com os Correios é que eles sejam uma empresa lucrativa, se vai ter deficit ou superavit é o resultado das receitas do ano e as despesas do ano, é muito importante lembrar isso, não é o rombo, das 11 empresas que têm déficit foram divulgadas hoje, 9 têm lucro, portanto não é rombo. Segundo, o Tesouro não vai arcar com isso, a gente já explicou isso, não é o rombo, de novo, é o resultado pelo fato dessas empresas estarem gastando o dinheiro que está em caixa, terem aumentado os investimentos.”
Opa! Que bom. Avisem os funcionários que não receberam os salários que podem gastar por conta. Só não exagerem na picanha, ainda que esteja muito barata.
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