Na terça-feira, 11 de fevereiro, Luiza Cunha, filha do empresário Cleriston Pereira da Cunha, mais conhecido como Clezão, levou à atenção do representante da Organização dos Estados Americanos (OEA) no Brasil, Pedro Vaca Villarreal, as alegações de tortura envolvendo seu pai.
“Meu pai foi injustamente assassinado e torturado na prisão”, declarou Luiza a Villarreal, em espanhol. “Ele não é criminoso. É uma pessoa honesta, bondosa e um exemplo de brasileiro. Minha família não merece passar por isso. Estamos sendo torturados até hoje. Não é fácil lidar com isso no Brasil. Por favor, nos ajude.”
Clezão faleceu no dia 20 de novembro de 2023 na Penitenciária da Papuda, em Brasília. Ele estava sendo acusado de envolvimento nos eventos de 8 de janeiro, mas sua família refuta a prisão, alegando que foi arbitrária, além de alegar que ele foi torturado enquanto estava sob custódia. Luiza pede que o caso seja investigado.
Villarreal, que é relator especial para a liberdade de expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), está no Brasil para analisar a situação da liberdade de expressão nos meios de comunicação tradicionais e digitais. Sua visita foi feita a convite do governo brasileiro.
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Clezão teve um mal súbito durante o banho de sol na penitenciária. O Corpo de Bombeiros e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) tentaram reanimá-lo, mas ele não resistiu e faleceu.
O deputado federal Marcel van Hattem (Novo-RS) também participou da reunião com Villarreal. Durante o encontro, ele aproveitou para criticar o Supremo Tribunal Federal (STF), acusando-o de cometer abusos de autoridade e censura.
Após a reunião, Van Hattem declarou que Villarreal não poderia retornar a Washington, EUA, sem estar plenamente consciente da situação absurda e ilegal que ocorre no Brasil. “Basta de censura, perseguição política e abusos de autoridade por parte de Lula, do PT e seus aliados, especialmente do STF”, afirmou o parlamentar.
A defesa de Cleriston alega que ele não participou dos atos de 8 de janeiro e que estava no Congresso Nacional apenas para se proteger das bombas de gás lacrimogêneo disparadas pelas forças de segurança para conter as manifestações.
A morte de Clezão foi encaminhada à Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, que comunicou o fato ao ministro Alexandre de Moraes, do STF. Moraes, responsável pela determinação das prisões dos envolvidos nos eventos de 8 de janeiro, também é o relator do processo judicial que envolve Cleriston.
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