O prêmio foi entregue pela atriz espanhola Penélope Cruz a Walter Salles. O longa brasileiro venceu o iraniano “A Semente do Fruto Sagrado”, o francês “Emilia Pérez”, a animação da Letônia “Flow” e o dinamarquês “A Garota da Agulha”.
Durante seu discurso, Walter Salles fez uma homenagem a Eunice Paiva. “É uma honra imensa. Este prêmio é para uma mulher que sofreu uma perda imensurável. Ele vai para ela, Eunice Paiva, e para as mulheres extraordinárias que deram vida a ela, Fernanda Torres e Fernanda Montenegro”, afirmou o diretor.
Fernanda Torres foi superada na categoria de melhor atriz por Mikey Madison, de “Anora”. O filme, um romance improvável entre uma stripper jovem de Nova York e o filho de um oligarca russo, também conquistou o prêmio de melhor filme, tirando de “Ainda Estou Aqui” a chance de mais uma premiação.
“Ainda Estou Aqui” narra a história de Eunice Paiva, mãe de cinco filhos que enfrenta o desaparecimento de seu marido, o engenheiro Rubens Paiva, levado de casa e morto pela ditadura militar. O longa é baseado no livro de Marcelo Rubens Paiva, filho caçula de Eunice e Rubens.
Essa é a primeira vez que o Brasil vence nesta categoria, após cinco indicações anteriores. O país já havia sido indicado com “O Pagador de Promessas” (1963), “O Quatrilho” (1996), “O Que É Isso, Companheiro?” (1998) e “Central do Brasil” (1999).
Este é o primeiro filme brasileiro a conquistar o prêmio, mas não o primeiro vencedor falado em português. No Oscar de 1960, “Orfeu Negro”, uma coprodução entre Brasil, França e Itália, filmado no Rio de Janeiro, levou o prêmio de melhor filme internacional. Contudo, o filme representou a França na premiação e foi essa nação que recebeu a estatueta.
Sem comentários! Seja o primeiro.