Na noite de quinta-feira (6), Paulo Cunha Bueno, advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro, utilizou suas redes sociais para fazer duras críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF). Ele alegou que a defesa do ex-mandatário tem enfrentado restrições significativas no âmbito do processo que tramita na mais alta instância do Judiciário brasileiro.
Bueno informou que, dentro do prazo estabelecido pelo ministro Alexandre de Moraes, apresentou a resposta formal às acusações contra Bolsonaro. O ex-presidente, líder de uma das principais correntes políticas de direita no país, é acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de suposta participação em um plano para desestabilizar a ordem democrática.
Em sua manifestação, o advogado destacou supostas irregularidades no andamento do processo, afirmando que tais falhas comprometeriam a validade da acusação. Ele mencionou, por exemplo, questionamentos sobre a competência do STF para julgar o caso e criticou o acordo de colaboração premiada firmado com o Coronel Mauro Cid, apontando possíveis vícios no procedimento.
Além disso, Bueno defendeu a necessidade de ampliar a atuação de um juiz de garantias nos processos que correm no STF, argumentando que isso garantiria maior equilíbrio entre as partes. Para ele, as limitações impostas à defesa representam um dos maiores problemas do caso, que, segundo suas palavras, é um dos mais emblemáticos da história jurídica do Brasil.
Outro ponto levantado pelo advogado foi a dificuldade de acesso a todos os elementos da investigação. Ele afirmou que a defesa só teve contato com partes selecionadas do material, o que, em sua visão, prejudica a preparação de um contra-argumento robusto. Bueno criticou a suposta seleção prévia de evidências pelas autoridades responsáveis pela acusação, o que, segundo ele, impede uma análise completa e imparcial dos fatos.
Ao finalizar sua declaração, o advogado reforçou a importância do direito à ampla defesa, descrevendo-o como um pilar fundamental da democracia e do sistema jurídico moderno. Ele classificou o processo como uma “ação penal semissecreta”, reiterando que a falta de transparência compromete não apenas a defesa, mas também a credibilidade do próprio sistema de justiça.
Bueno concluiu afirmando que, ao longo da investigação, já havia alertado sobre o caráter sigiloso do caso, e que agora o mesmo problema persiste na fase processual, o que, em sua avaliação, representa um risco para a justiça e para a democracia.
Sem comentários! Seja o primeiro.