Na sexta-feira (7.mar.2025), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que está avaliando adotar medidas severas para enfrentar o aumento nos preços dos alimentos em Minas Gerais. De acordo com ele, o governo está investigando os motivos por trás da disparada de preços, especialmente do ovo, e está buscando uma solução “pacífica” para o problema, embora não descarte outras alternativas.
“O preço do ovo está nas alturas, assim como o do milho, e estamos procurando uma forma de resolver isso. Não queremos conflitos com ninguém. O nosso objetivo é achar uma solução pacífica e sem atritos, mas se não conseguirmos, seremos obrigados a tomar atitudes mais rigorosas, porque o importante é garantir alimentos mais baratos na mesa do povo brasileiro”, explicou.
Lula também comentou que há um responsável pela alta dos preços, sem mencionar nomes específicos. No caso dos ovos, o presidente destacou que o valor da caixa com 30 dúzias permaneceu estável durante os anos de 2023, 2024 e até janeiro de 2025, mas sofreu um aumento considerável em fevereiro deste ano.
“É preciso entender que há intermediários envolvidos. Entre o produtor e o consumidor, há muita gente. Tem muita gente que está interferindo nisso… E nós vamos identificar quem está por trás disso de maneira tranquila. Precisamos agir de forma direta e sem rodeios. Precisamos jogar o jogo da maneira certa, com os pés no chão”, declarou.
Na quinta-feira (6.mar), o governo anunciou novas medidas com o objetivo de combater a inflação e reduzir os preços dos alimentos. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin (PSB), informou que nove produtos terão isenção do imposto de importação.
Os produtos incluídos na medida são:
- Carne (atualmente com 10,8% de imposto);
- Café (atualmente com 9%);
- Açúcar (atualmente com 14%);
- Milho (atualmente com 7,2%);
- Óleo de girassol (atualmente com 9%);
- Azeite de oliva (atualmente com 9%);
- Óleo de palma (com aumento na cota de importação de 65 mil toneladas para 150 mil);
- Sardinha (atualmente com 32%);
- Biscoitos (atualmente com 16,2%);
- Massas alimentícias (atualmente com 14,4%).
Contudo, segundo o portal Poder360, a isenção terá um impacto limitado na contenção da inflação e no controle dos preços. Isso ocorre porque os produtos beneficiados pela medida representam apenas 1% das importações do Brasil em 2024.
Consequentemente, a medida deve ter um efeito reduzido sobre os preços, uma vez que as importações têm uma participação pequena no total de produtos consumidos no país. Além disso, muitas dessas mercadorias são produzidas no Brasil, como a carne e o café, que são setores com grande volume de produção nacional.
Ao analisar o impacto por produto, a diferença é ainda mais notável. O açúcar, por exemplo, representa apenas 0,04% do total importado pelo Brasil, equivalente a 66,8 milhões de kg. Já a carne bovina tem uma participação ainda menor, de 0,02%, ou 40,6 milhões de kg.
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