A psiquiatra e escritora Ana Beatriz Barbosa Silva está enfrentando um dilema legal. O portal LeoDias obteve um recurso judicial movido pelo Ministério Público do Rio de Janeiro em defesa da autora. No documento, Ana Beatriz relata todos os detalhes sobre a situação envolvendo uma ex-funcionária, identificada como Luciane Manduca Gonçalves.
A psiquiatra alega ter sido vítima de apropriação indébita, um tipo de roubo de dinheiro, por parte de Luciane. Segundo a escritora, Luciane era uma funcionária de total confiança e as duas trabalharam juntas por muitos anos. De acordo com Ana Beatriz, Luciane teria desviado valores da empresa e ainda tentado manipular outros funcionários por meio de ameaças. Os primeiros sinais de problemas começaram a surgir em 2018, quando a acusada assumiu novas funções após a saída de uma outra colaboradora.
A autora começou a perceber comportamentos suspeitos, como atrasos na prestação de contas e dificuldades no fechamento do caixa, mas ainda confiava em Luciane. Durante a pandemia de 2020, elas organizaram eventos para arrecadar fundos para causas sociais e também para ajudar a filha de Luciane, que havia se acidentado. Uma conta bancária conjunta foi aberta para as doações, mas Ana Beatriz não tinha acesso ao cartão da conta.
Em 2021, a psiquiatra passou a notar depósitos não explicados, variando entre R$ 4 mil e R$ 8 mil. Quando confrontou Luciane, a ex-funcionária alegou desconhecer a origem dos valores. O documento ainda revela que, ao procurar o contador para fazer o imposto de renda, ele perguntou se ela havia conversado com Luciane. Os contadores informaram que os impostos estavam em atraso e que haviam alertado Luciane diversas vezes, mas ela não repassava as informações à escritora. Após uma auditoria, começaram a surgir mais irregularidades, conforme mencionado no relato de Ana Beatriz.
Quando a escritora chamou Luciane para conversar sobre o assunto, ela apareceu com um pedido de demissão pronto, assinou e foi embora sem se despedir. A ex-funcionária nunca mais retornou para retirar seus pertences.
Além disso, Ana Beatriz relata que Luciane passou a enviar outro funcionário para pegar seus objetos pessoais e chegou a ameaçá-lo, alegando ter fotos comprometedores dele e sugerindo que ele deveria “ficar ao seu lado”. Uma segunda auditoria, realizada por outro escritório, revelou que os desvios eram ainda maiores do que o inicialmente imaginado.
Luciane foi absolvida na decisão inicial do juiz, mas o Ministério Público recorreu dessa sentença, entrando com um recurso de apelação para que o veredicto fosse alterado. O MP acredita que ficou comprovada a autoria de Luciane, bem como a materialidade e tipicidade dos crimes, e, portanto, que ela deveria ser condenada.
Sem comentários! Seja o primeiro.