O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) comentou nesta sexta-feira, 21, que ainda possui cerca de R$ 7 milhões dos R$ 17 milhões recebidos através de Pix de seus apoiadores. Segundo ele, grande parte do montante foi destinada ao pagamento de advogados.
A declaração ocorreu durante o encerramento do 1º Seminário de Comunicação Digital do PL, realizado em Brasília.
“Sou grato a quem fez contribuições via Pix. Recebi R$ 17 milhões, mas uma boa parte já foi utilizada. O dinheiro é bem empregado, especialmente com bons advogados. Ainda tenho cerca de R$ 7 milhões na conta, então fiquem tranquilos”, afirmou Bolsonaro.
Ele ainda acrescentou: “Nunca imaginei que teria 1 milhão, mas agora tenho 7 milhões. Com isso, posso quitar todos os custos com os advogados sem dificuldades.”
Em 2023, uma campanha de arrecadação via Pix foi lançada por apoiadores de Bolsonaro com o objetivo de auxiliar nos custos judiciais do ex-presidente.
De acordo com o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), entre janeiro e julho de 2023, Bolsonaro recebeu 770 mil depósitos, totalizando R$ 17 milhões. O Coaf classificou o investimento do valor em renda fixa como uma operação “atípica”, o que levantou suspeitas de que os recursos fossem destinados ao pagamento de multas eleitorais. A movimentação financeira foi alvo de investigação, dada a forma e o volume das doações.
Em novembro de 2023, o ministro do STF, Alexandre de Moraes, determinou à Polícia Federal que investigasse a arrecadação, que havia atingido R$ 17,2 milhões, com o objetivo de quitar as multas de processos envolvendo Bolsonaro.
Denúncia pela PGR
Na terça-feira, 18 de fevereiro, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentou denúncia contra Bolsonaro, acusando-o de crimes como tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.
A denúncia foi enviada ao ministro Alexandre de Moraes, relator dos processos relacionados à possível conspiração golpista após as eleições de 2022. Gonet dividiu a acusação, e, além de Bolsonaro, 33 outras pessoas foram denunciadas, incluindo os generais Walter Braga Netto (ex-candidato a vice-presidente), Augusto Heleno e o ex-comandante da Marinha Almir Garnier.
O procurador pediu que fosse estabelecido um valor mínimo para a reparação dos danos causados pelos crimes mencionados.
Agora, o Supremo Tribunal Federal decidirá se aceita ou rejeita a denúncia. Se a acusação for acolhida, os denunciados serão formalmente réus e convocados a se defender.
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