A crise histórica nos Correios levou ao atraso no pagamento de salários de alguns funcionários em janeiro. Em especial, os trabalhadores de São Paulo não receberam seus vencimentos, que deveriam ter sido pagos no último dia útil do mês. A empresa estatal conta com cerca de 85 mil empregados diretos.
Em 2024, sob a direção de Fabiano Silva dos Santos, os Correios registraram o maior prejuízo de sua história: R$ 3,2 bilhões.
O Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de São Paulo (Sintect-SP) protocolou uma reclamação formal exigindo respostas da administração. Em entrevista ao site Poder360, o presidente do sindicato, Elias Diviza, comentou, no dia 4 de fevereiro, que a centralização dos serviços de recursos humanos (RH) em Minas Gerais desorganizou o sistema.
“Explicaram que houve uma falha no sistema do RH”, afirmou Diviza. “Já enfrentamos esse mesmo problema com os tíquetes. Isso é falta de planejamento e gestão. É necessário reestabelecer unidades de RH em São Paulo e no Rio de Janeiro.”
Anteriormente, os Correios possuíam três sedes de RH: São Paulo e Rio de Janeiro, que, por concentrarem mais funcionários, tinham unidades próprias, enquanto Minas Gerais cuidava dos demais estados. Agora, toda a operação está centralizada.
Em uma nota, os Correios informaram que as “inconsistências” e a desatualização dos dados bancários causaram o atraso de 124 pagamentos. No entanto, o presidente do Sintect-SP refutou essa informação e afirmou que buscará a via judicial para resolver a situação.
Os Correios enfrentam uma grave ameaça de insolvência, quando as dívidas superam os ganhos da empresa. Se isso se concretizar, a estatal não teria condições de definir um prazo para quitar seus débitos.
A atual gestão responsabiliza o governo anterior, liderado por Jair Bolsonaro, e as novas taxações propostas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pela crise financeira.
No dia 31 de janeiro, o presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, declarou que a taxação federal de 20% sobre compras de até US$ 50 causou um impacto de R$ 2,2 bilhões, o que representa a maior parte do déficit de R$ 3,2 bilhões registrado pela estatal em 2024.
Além disso, outras ações polêmicas do governo atual também contribuíram para a situação. Uma delas foi o acordo feito em novembro do ano passado entre os Correios e o fundo de pensão dos funcionários, o Postalis, no qual a estatal se comprometeu a assumir uma dívida de R$ 7,6 bilhões e cobrir o rombo no plano de aposentadoria.
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