Os Correios enfrenta uma grave crise financeira no início de 2025, com prejuízos que já somam R$ 1 bilhão apenas nos dois primeiros meses do ano. Desse montante, R$ 500 milhões foram perdidos somente em janeiro, conforme revelado pelo site Diário do Poder, administrado pelo jornalista Cláudio Humberto, em uma publicação feita no dia 4 de março.
Estimativas indicam que, se a situação não for revertida, o déficit pode chegar a mais de R$ 5 bilhões até o final do ano, o que significaria um crescimento de aproximadamente 40% em comparação com 2024, quando a empresa registrou perdas de R$ 3,2 bilhões. A atual diretoria aponta como uma das causas desse cenário a chamada “taxação das blusinhas”, medida implementada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Paralelamente, a empresa busca obter empréstimos no valor de R$ 4,7 bilhões para cobrir parte de suas despesas. Para o restante do ano, estão previstos investimentos em iniciativas que visam a modernização, a inovação e a entrada em novos mercados, com o objetivo de reverter o quadro negativo.
Vale destacar que, em anos anteriores, os Correios haviam apresentado resultados positivos, especialmente durante os governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro. Em 2021, por exemplo, a empresa alcançou um lucro superior a R$ 2,1 bilhões.
**Impactos nos funcionários**
A crise financeira também afetou diretamente os trabalhadores da empresa. Em janeiro de 2025, parte dos funcionários não recebeu seus salários no prazo, especialmente aqueles lotados no estado de São Paulo. O pagamento, que deveria ser efetuado no último dia útil do mês, foi adiado, gerando insatisfação entre os cerca de 85 mil empregados da estatal.
Em 2024, sob a liderança de Fabiano Silva dos Santos, os Correios registraram o pior resultado de sua história, com um prejuízo de R$ 3,2 bilhões. Diante da atual situação, o Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios Telégrafos e Similares de São Paulo (Sintect-SP) enviou uma notificação à diretoria exigindo explicações e soluções.
Em entrevista ao site Poder360, o presidente do Sintect-SP, Elias Diviza, criticou a decisão de centralizar os serviços de recursos humanos em Minas Gerais, afirmando que a medida causou desorganização. “A justificativa foi de que houve uma falha no sistema de RH”, disse Diviza. “Já passamos por algo semelhante com o pagamento do tíquete. É falta de planejamento e gestão. Precisamos que o RH volte a funcionar em São Paulo e no Rio de Janeiro.”
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