Na última segunda-feira (7), o programa Linha de Passe, exibido pela ESPN, causou desconforto na Confederação Brasileira de Futebol (CBF) ao abordar questões polêmicas envolvendo a gestão do presidente Ednaldo Rodrigues. O conteúdo gerou reações, e seis profissionais do canal foram convocados para uma reunião interna no dia seguinte, ficando fora da programação na terça (8).
O episódio em questão discutiu uma reportagem da revista Piauí que trouxe à tona supostos excessos na CBF, como o aumento expressivo nos salários de dirigentes e gastos milionários com um grupo sem vínculo oficial durante a Copa do Mundo de 2022. A ESPN, segundo apurações, classificou o ocorrido como uma falha no fluxo de produção, já que a direção do canal não havia sido informada previamente sobre o tema especial do programa.
A CBF tomou conhecimento do conteúdo após uma postagem do jornalista Gian Oddi no X (antigo Twitter), anunciando que o Linha de Passe trataria das denúncias. A entidade entrou em contato com a emissora, que inicialmente negou que o programa fosse dedicado exclusivamente ao assunto. Após a exibição, os envolvidos na produção — incluindo o editor-chefe Dimas Coppede, o apresentador William Tavares e os comentaristas Paulo Calçade, Pedro Ivo Almeida e Vitor Birner — reuniram-se com a diretoria da ESPN para discutir o ocorrido.
Outras áreas da emissora, como marketing e comercial, não tinham sido avisadas sobre o enfoque do programa. Apesar da ausência no ar na terça, os jornalistas não sofreram penalidades formais e continuam escalados para outras transmissões, incluindo jogos da Libertadores.
Tanto a ESPN quanto os profissionais preferiram não comentar publicamente o caso. Já a CBF emitiu uma nota afirmando que “respeita a liberdade de imprensa com responsabilidade” e negou qualquer tentativa de interferência editorial.
Vale destacar que a ESPN recentemente fechou um contrato milionário para transmitir a Série B do Brasileirão até 2027, em um negócio intermediado pelas ligas Libra e LFU, sem participação direta da CBF.
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