“Eu só escutei o barulho e senti todo o meu corpo queimando. Quando vi, eu estava todo em chamas. Apavorei, comecei a pedir ajuda, [mas] não tinha ninguém na rua. Tirei toda roupa e fiquei pelado para apagar o fogo.”
O relato é do auxiliar de serviços gerais Ludierley Satyro José, de 46 anos. Ele foi atacado por um adolescente de 17 anos com dois coquetéis molotov e teve quase 60% do corpo queimado quando dormia, entre os dias 17 e 18 de fevereiro.
Um jovem foi detido e Miguel Felipe dos Santos Guimarães da Silva, de 20 anos, que é apontado como responsável por planejar e gravar o ataque, também foi preso.
Ludierley estava descansando em uma calçada no bairro Pechincha, na Zona Oeste do Rio, quando foi agredido. O crime foi registrado e transmitido ao vivo por meio de uma rede social.
Em uma entrevista exclusiva ao G1, Ludierley, que se encontra internado no Hospital do Andaraí para um tratamento médico complexo, contou sua versão dos fatos. Ele vive em situação de rua há algum tempo e, com dificuldades para falar, respirar e se mover, compartilhou o pouco que consegue lembrar sobre o ataque.
Ele estava dormindo de bruços no momento em que foi agredido. Por conta dessa posição, as queimaduras que sofreu ficaram principalmente na parte posterior do corpo, conforme explicaram os médicos que o atendem.
“Pouco depois da uma da madrugada, eu escutei um barulho e já senti o meu corpo queimando. Quando vi, eu estava em chamas. Apavorei, comecei a pedir ajuda, [mas] não tinha ninguém na rua. Tirei toda roupa e fiquei pelado na rua para apagar o fogo. Fui lá no posto [de gasolina] pedir ajuda e o rapaz me ajudou. Me jogaram um coquetel molotov. Eu ainda vi os pedaços de vidro. Era coquetel molotov”, disse o homem.
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